Ainda existem 656 celas nas prisões portuguesas onde os reclusos têm de depositar os seus dejectos em baldes, sem qualquer sistema sanitário.
O Ministro da Justiça, que "herdou" uma situação ainda pior (havia, quando chegou ao cargo, 1413 celas nestas condições, que deputados consideraram "prática medieval" e "vergonha nacional"), tinha prometido acabar com isto em Dezembro de 2007.
Pelos vistos, ainda não conseguiu.
Mas, para alguns dos nossos concidadãos, aquilo que se passa nas prisões, "passa-lhes ao lado".
Muitas vezes por considerarem que todos os reclusos devem suportar as piores condições, para assim serem punidos pelos crimes que praticaram. Tratar-se-ia, de uma espécie de "ajuste de contas" social.
No entanto, há que pensar um pouco e não cair em radicalismos cegos.
De facto, se existem nas prisões, pessoas que dificilmente se conseguem integrar na sociedade, outros há que, tendo, numa dada fase da sua vida, cometido um deslize, mais ou menos grave, podem e devem ser recuperados para um retorno a essa mesma sociedade.
Quem conhece, por exemplo este espaço, sabe que há, dentro das celas, homens e mulheres que têm a cabeça "arrumada", sabem pensar, são sensíveis, lúcidos.
O Zé Amaral, que há cerca de um mês foi libertado e o Bruno, que agora prossegue com o blog, confirmam essa mesma ideia.
Quem lê os desabafos destes amigos, sente, por vezes, revolta, preocupação, desânimo.
Mas, penso que merecem, incentivo, apoio, para que, mais tarde ou mais cedo, se redimam e reencaminhem a sua vida.
É que, perante as condições degradantes em que vive nestas instituições prisionais, quantas vezes, há gente que sai de uma cadeia, muito pior do que entrou.
E, ainda por cima, com um "carimbo" que lhe vai tornar a reabilitação muito mais penosa.
E, daí à recaída, vai um passo.
Um passo que, por todos os meios, se deveria tentar evitar.
1 comentário:
Realmente, há alguns que mereciam, mas tb os há que não!
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