As escutas telefónicas estão na ordem do dia.
No entanto, o assunto não é novo.
Como se sabe, "nos tempos da outra senhora", a pide espiolhva a vida de muitos cidadãos, até ao mais ínfimo pormenor.Essa actividade incluia o controlo das conversas ao telefone.
Mas, como a tecnologia então disponível não tinha a sofisticação de hoje, para o efeito, usavam-se os chamados PBX, centrais telefónicas em que as linhas eram ligadas através de cavilhas (hoje conhecidas por jacks).Por isso, muitas vezes, quando se iniciava uma chamada, ouviam-se os ruídos da ligação das tais cavilhas, que eram a indicação inequívoca de que a conversa estava a ser escutada e gravada.
Conheci, nesses tempos, um velho resistente, que já tinha estado preso e que, por isso mesmo, era alvo de vigilância especial.
Como ele sabia que já tinha "a ficha queimada", e já não se importava muito com o que lhe poderia acontecer, quando sentia o tal barulho de intromissão na linha, bradava, em voz forte:
- Ó Zé! Mete a cavilha no cu!
O diligente funcionário policial que estava de serviço, lá tinha de engolir o insulto, pois não podia denunciar-se.
Até que um dia, repetindo o nosso amigo a expressão que tanto o apaziguava:
- Ó Zé! Mete a cavilha no cu!
ouviu, lá ao longe, uma voz cavernosa:
ouviu, lá ao longe, uma voz cavernosa:
-Vê lá se não te caem os dentes com a piada.
Como o velho resistente sabia que esse "cair de dentes" não seria certamente devido a causas naturais, durante uns tempos, moderou as intervenções sarcásticas que usava nessas circunstâncias.
Mas, mais tarde, haveria de voltar ao mesmo.
Mas, mais tarde, haveria de voltar ao mesmo.
2 comentários:
LOL!
Corajoso o homem!
Ai as escutas telefónicas... isto ainda vai dar que falar ou não!!!... é que parece que ninguém quer falar o que verdadeiramente sabe... enfim...
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