Conheci Piódão há muitos tempo, e fiquei fascinado pela beleza daquela aldeia perdida num recanto das serranias beirãs.
O trabalho de requalificação da terra, conservando a pureza da traça original das ruas e habitações, foi notável.
Haveria de lá voltar, acompanhado pelo herdeiro e repectiva mãe, e por ali andámos, pelas ruelas estreitas,desvendando cantos e recantos, subindo até à eira que domina a aldeia.
O filhote, na altura com pouco mais de uma dúzia de anos, adorou aquele contacto com uma realidade rural que, citadino de nascença e de vivência, era, de certo modo, virgem para ele.
Agora, que estava perto, desejei revisitar o Piódão das minhas memórias.
E lá fui. Depois de estar com o Manel e a Mushu,nas Três Entradas e de ter almoçado em Barriosa, fiz-me à estrada ,sinuosa, estreita e correndo por vertentes abruptas.
Mas o Piódão que me esperava não era o que eu conhecia.
A aldeia, o xisto, as casas, lá estão.
Mas, também estão (ou estavam nesse dia) montes de automóveis.
Enchendo o largo (ainda por cima em grande parte ocupado por vendedores de artigos diversos), ocupando metade da estreita estrada que é o único acesso ao lugar, em centenas de metros onde era impossível cruzarem-se dois veículos.
Como detesto a confusão e aquilo não tinha a ver com as razões que me lá levaram, só tinha uma solução: dar meia volta (com alguma dificuldade de manobra, diga-se) e regressar à origem.
É o grande problema dos locais que se transformam em atrações turísticas: começam a ser demasiado conhecidos e perdem o encanto original.
Ou será que fui eu que, naquele dia, tive azar?
1 comentário:
Tem umas casinhas muito típicas!
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