segunda-feira, janeiro 08, 2007

Obrigado, gente amiga!

VOLTA CEDINHO

Minha mãe disse
Para eu voltar cedinho
Que a noite tem
Um espinho em cada esquina
Eu ainda
Sou o seu menino
Nem o tempo a vai mudar

Minha mãe disse
Para eu não me perder
Que a noite tem
Caminhos sem saída
Eu não sei
Se vai amanhecer
Prometo que vou ligar

Minha mãe disse
Que há medos e paisagens
Que a gente traz
No bolso à nascença
E o desejo
De muitas viagens
Para que o medo não nos vença

Por isso agora
Está na tua mão
Contar as pedras
Que há no teu caminho
Mas aceita
Uma sugestão:
Por favor volta cedinho

João Monge

Foi com particular emoção que li os comentários que me deixaram a propósito da "história real" que vos contei e que foi igualmente escrita com "o coração nas mãos" e a "névoa" nos olhos.
É esta solidariedade, é esta resposta à nossa partilha, que fazem valer a pena abrirmos um pouco da alma, nestes espaços chamados "virtuais". Por onde passa muita gente apressada, muita gente distraída, mas onde, felizmente, permanece gente boa, gente amiga, gente que, na maior parte dos casos nunca vimos, mas que sabemos que estão ao nosso lado.
Permitam-me que destaque, entre os vários comentários, aquele em que o João Monge, através de uma canção que escreveu para a sua própria mãe, homenageou tão ternamente a minha.
Como se sabe, este é um homem de grande sensibilidade e inteligência, autor de algumas das mais belas canções que andam por aí. Como "A Fisga", que os "Rio Grande" popularizaram e que, eu, profissional deste ofício de ser "mestre-escola", considero ser uma lição de pedagogia, muito mais densa e eficaz do que rimas de tratados que pseudo-entendidos na matéria, procuram impingir-nos como se fossem verdades definitivas e insofismáveis.
A todos e todas, o meu obrigado!

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