Hoje é feriado municipal aqui na terra. Por isso, talvez venha a propósito falar da actual polémica entre o Governo e as autarquias, e que envolve finanças, competências e outras questões.
O meu ex-condiscípulo de liceu, António Barreto, escrevia sobre isto na sua coluna de opinião, no Público do passado Domingo.
O colunista cascava forte e feio no poder autárquico chamando-lhe, mesmo "a maior desilusão da democracia portuguesa".
Transcrevo:
"Este ( o poder local) transformou-se numa rede de interesses partidários e económicos, de amigos de vária espécie, de negócios e de recrutamento político. Esta rede recorre frequentemente a acções ilícitas e irregulares. O enriquecimento sem justa causa, o emprego de amigos e familiares, a acumulação indevida de cargos e vencimentos e o licenciamento por favor são moeda corrente neste tão bem organizado poder autárquico".
Não susbscrevo inteiramente esta visão algo extremista do AB. Mas, como todos sabemos, para além dos muitos autarcas honestos e empenhados no bem-estar das populações que felizmente existem e têm boa obra feita, há por aí muita corrupção e amiguismo a monte.
É (principalmente) por isso que, quando ouço falar da tranaferência de competências para as autarquias, designadamente a gestão das escolas, incluindo a contratação de professores, não posso deixar de manifestar as maiores preocupações.
Conforme as coisas estão, se calhar, em muitos sítios, veríamos docentes a terem de entrar para o partido X, a meterem uma cunha ao empreiteiro Y, para poderem ser colocados na escola da sua preferência.
Muitas vezes, invocam.se outros países, que adoptam sistemas semelhantes, para se justificarem esses projectos. Só que, porventura, nessa terras, há mais lisura de processos.
Por isso, aqui, para já, as coisas ainda não poderão funcionar desse modo.
Sem comentários:
Enviar um comentário