domingo, março 12, 2006

HISTÓRIAS DA TROPA 1


Quem cumpriu serviço militar, sobretudo se foi nos "velhos tempos", tem normalmente montes de histórias para contar.
Umas, trágicas, pesadas, que é difícil recordar, as que se passavam na crua realidade da guerra. Que, ao contrário do que alguns pensam, existiu mesmo.
Mas há muitas outras histórias que, sendo reais, não deixam de nos provocar um largo sorriso.
Durante os três longos anos em que andei vestido de verde, conheci muitas personagens desse mundo com regras próprias que é o da tropa.
Diga-se, em abono da verdade, que convivi com gente de muita qualidade, inteligente e culta. Com quem se podia travar uma conversa minimamente interessante.
Mas, de igual modo, conheci indivíduos que não tinham mesmo "ponta por onde se lhe pegue". Custa até a crer como, muitos deles, tinham tirado um curso na Academia Militar, que é considerado um estabelecimento de ensino superior.
Neste espaço, de tempos a tempos, irei recordar algumas das memórias que guardo dessa época da minha vida.

Quando estive em Timor, em comissão de serviço, conheci um capitão que era particularmente conhecido pelas suas demonstrações de incapacidade intlectual.
Esse senhor, era um viveiro das mais hilariantes tiradas.
Certo dia, este militar do quadro, chegou junto de um cabo dactilógrafo, com o rascunho de um ofício importante:
- Ouve lá, ó pá, presta atenção. Vais passar este ofício à máquina. Mas, cuidado que ele é secreto. Por isso, não o podes ler! ...
- Mas, meu capitão...
-Não há mas nem meio mas. És burro ou quê? Queres arranjar chatices?
Trata mas é de bater isso, mas sem ler. Já te disse que é secreto!

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