21 de Maio de 2003, fim de tarde sufocante no Estádio Olímpico de Sevilha. Uma hora antes de se iniciar a final da Taça Uefa, na bancada onde se amontoavam alguns milhares de portugueses.
Não se disfarça o nervosismo.
Um momento de alguma agitação, porque sobe os degraus, apressado, Fernando Rocha,o contador de anedotas. Muita gente dirige-lhe saudações e cumprimentos. É uma figura pública. Ele retribui, sorridente, acenando para todo o lado.
Mais abaixo, encostado a uma grade, uma personagem que não desperta a atenção de ninguém. Calças de ganga coçadas, uma t-shirt azul desbotado, come uma vulgar sandocha de presunto. Ao mesmo tempo, tamborila, nervosamente, e com alguma violência, com a mão esquerda nos ferros. Dir-se-ia que está habituado a usar as mãos numa profissão que as endurece e as torna resistentes a rudes golpes.
Mas não era assim. Aquele sujeito aparentemente insignificante era o Pedro Burmester, pianista com presença relevante e destacada no panorama artístico mundial. Quem o terá reconhecido?
Mas ele estava ali, num dos lugares mais baratos e anónimos do estádio. Nas tribunas VIP e nas bancadas cativas de maior categoria, deputados, ministros,artistas, jornalistas.
O pianista escolheu estar ali, anónimo e simples.
Num momento em que muito se fala da inauguração da Casa da Música de que foi considerado o mentor inicial e de cujo projecto haveria de ser afastado, ocorreu-me esta história real e constatada.
Talvez queira dizer alguma coisa. Para que se perceba que, algumas figuras menores, têm que se pôr em bicos de pés para serem vistas. Outras, não precisam de tal, simplesmente, porque já são grandes por natureza.
Não se disfarça o nervosismo.
Um momento de alguma agitação, porque sobe os degraus, apressado, Fernando Rocha,o contador de anedotas. Muita gente dirige-lhe saudações e cumprimentos. É uma figura pública. Ele retribui, sorridente, acenando para todo o lado.
Mais abaixo, encostado a uma grade, uma personagem que não desperta a atenção de ninguém. Calças de ganga coçadas, uma t-shirt azul desbotado, come uma vulgar sandocha de presunto. Ao mesmo tempo, tamborila, nervosamente, e com alguma violência, com a mão esquerda nos ferros. Dir-se-ia que está habituado a usar as mãos numa profissão que as endurece e as torna resistentes a rudes golpes.
Mas não era assim. Aquele sujeito aparentemente insignificante era o Pedro Burmester, pianista com presença relevante e destacada no panorama artístico mundial. Quem o terá reconhecido?
Mas ele estava ali, num dos lugares mais baratos e anónimos do estádio. Nas tribunas VIP e nas bancadas cativas de maior categoria, deputados, ministros,artistas, jornalistas.
O pianista escolheu estar ali, anónimo e simples.
Num momento em que muito se fala da inauguração da Casa da Música de que foi considerado o mentor inicial e de cujo projecto haveria de ser afastado, ocorreu-me esta história real e constatada.
Talvez queira dizer alguma coisa. Para que se perceba que, algumas figuras menores, têm que se pôr em bicos de pés para serem vistas. Outras, não precisam de tal, simplesmente, porque já são grandes por natureza.
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