quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Marco do correio

foto PECISCAS
Já não existem muitos.
Mas, os que ainda subsistem, são testemunhos de um passado em que a carta tinha um significado que hoje quase não existe.
Por aquela abertura, quantos sonhos, quantas desilusões, quantas esperanças, quantas notícias, passaram?
Naquele ventre redondo, vermelho, frio, quantos retalhos de vida não ficaram depositados, à espera de chegarem ao destino?
Actualmente, ainda continua no seu posto, à espera que um dia destes alguém, num gabinete, decida que já é uma peça obsoleta e sem grande serventia.
Para já ainda vai acolhendo alguma (pouca) correspondência. Cartas e ofícios comerciais, na maioria dos casos.
Ainda alguma carta de amor?
Como aquelas de que falava o Alberto Ribeiro, há muitos anos atrás, quando cantava, com a sua célebre voz delicodoce
"Marco do correio,
de portinha ao centro, ..."

terça-feira, fevereiro 14, 2006

UM DIA COMO OS OUTROS


Hoje poderia oferecer-te um perfume, um ramo de rosas, uma caixa de chocolates.
Poderia escrever palavras bonitas, ternas, emocionadas ,...
Mas eu não gosto muito destes dias especiais. Na maior parte dos casos, inventados por razões meramente comerciais.
Por isso, o melhor que te posso dizer, é que hoje é um dia como os outros 364. Como todos os outros que o precederam. Como todos os outros que se seguirão.
E tu sabes disso!

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

SUPERAÇÃO

Estive durante alguns anos ligado à natação.
Nesse percurso, assisti à aparição de nadadores com muitas potencialidades e muito talento, mas que ficaram pelo caminho. Por falta de espírito de sacrifício, de empenhamento, de perseverança.
Porque esta modalidade é muito exigente em termos de treino.
Em Portugal, dado que o desporto chamado amador, não é minimamente incentivado, para se conciliarem treinos e deveres escolares, é necessária muita carolice e pôr de lado outras coisas.
Assim, um nadador, a partir do momento em que entra na alta competição, terá, por exemplo, de se levantar pouco depois das cinco da manhã para ir treinar entre as seis e trinta e as oito, para em seguida ir para as aulas e voltar, cerca das dezassete à piscina, para mais uma sessão, que poderá durar até às nove da noite. Janta cerca das vinte e duas, tem de estudar e, amanhã terá outro dia igual.
Por isso, muitos, quando chegam a essa fase ou desistem da natação, ou deixam de ter resultados, porque põem os treinos em segundo plano.
O caso que a seguir apresentamos demonstra, no entanto, que a vontade do ser humano em superar as suas limitações e as suas contrariedades, não tem limites. É motivo de reflexão, mesmo para além do seu significado meramente desportivo.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

RECANTOS...

Há quem utilize este recanto de uma rua, algures no país à beira-mar plantado onde vivemos, para actividades menos próprias e atentatórias da qualidade do ambiente.


Vai daí, um solícito cidadão, zelador dos bons costumes e da referida qualidade ambiental, designadamente odorífera, afixou o conselho que se segue.




Conforma também se verifica, não deixou de anexar um bom exemplo, colocando, na "prateleira" do recanto, um vaso com uma planta.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

PROTECÇÃO AO INFRACTOR

Um pacato cidadão, cruza-se, diariamente, a caminho de casa, com lixeiras, que vão crescendo à medida que o tempo avança.
Certo dia, o pacato cidadão depara-se com uma carrinha com um pato-bravo a despejar entulhos para uma das ditas lixeiras.
O pacato cidadão, na ingénua intenção de colaborar com o seu município, na protecção do meio, decide comunicar o facto a essa mesma entidade, anotando o local, a hora e a matrícula do veículo.
Passados mais de dois meses, recebe correio registado, com aviso de recepção.

Era um ofício do departamento jurídico da sua Cãmara Municipal, a solicitar a "Vª Exª que apresente testemunhas, a fim de provar os factos relatados".
O pacato cidadão, afinal, não servia como testemunha de uma ocorrência que o município, que é obrigado a despesas constantes para remediar os efeitos das incúrias que poluem, seria, talvez, o primeiro interessado em remediar.
Podem vir dizer que é a lei que a isto obriga. Mas, se for assim, há uma conclusão a tirar: nestes casos a lei protege o infractor.
Ó pacato cidadão: quem te manda a ti ser artolas e querer endireitar o mundo...

terça-feira, fevereiro 07, 2006

DOIS VELHOS MEXICANOS

Gosto pouco que me iludam.
Também tento não iludir.
Apanho, por vezes, grandes desilusões.
Mas sempre gostei de ilusões de óptica.
Por exemplo como esta:

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

MANIAS...

Esta senhora meteu-me numa alhada. Desafiou-me a desvender os meus hábitos estranhos, ou seja as minhas pequenas manias, ou seja, as minhas pancas...
Não é fácil corresponder ao desafio, pois elas são tantas e tão diversas, que o problema está na escolha. Porque, como é claro, não as vou expor todas, pois algumas delas são obviamente secretas.
Assim, inventarei algumas, apenas como mera amostragem:

1 - Depois das 8 da noite, fujo dos relógios como o diabo da cruz. A partir dessa altura, não quero saber as horas.Por isso, a maior parte dos relógios da minha casa (e, paradoxalmente, tenho muitos) ou estão parados, ou estão virados ao contrário.

2 - Sou muito organizado nas minhas
tremendas desarrumações.
Por isso fico pior que estragado quando alguém
tenta arrumar essas confusões.



3 - Na minha mesa de cabeceira, tenho que ter sempre água, revistas de há três quinze dias, livros de leitura adiada, material para escrever(às vezes aparecem ideias às quinhentas da noite e há que aproveitar) e sudoku´s.
4 - Tenho a mania que, se pensar que uma coisa me vai suceder, acontece outra completamente diferente.
5 - Sou um azarado com as compras ( e isto não é mania, é mesmo realidade): uma máquina de lavar roupa que nem uma vez funcionou, um automóvel que ao terceiro dia ficou mudo e quedo, um televisor que após uma semana de uso, nicles, uma máquina de pressão, que à segunda lavadela entupiu, um mini aspirador que não encaixava no suporte porque, misteriosamente tinha um espigão colocado à direita quando o orifício era à esquerda(!...), e não digo mais se não ficava aqui toda a noite. Por isso tenho a mania que tudo o que compro vai avariar brevemente.
O que me vale é a mania nº4 que sempre vai prevenindo os insucessos.

6 - Tenho a mania de não deixar para amanhã aquilo que tenho de fazer, sobretudo o que menos me agrada, desde pequenos consertos caseiros até ... corrigir testes de avaliação.




Fico-me por aqui.
E, como isto é do tipo "cá se fazem, lá se pagam", aqui lanço, por minha vez o desafio à kalynka, ao A.J. Faria , à Fausta Paixão e à Wind, para que também venham à praça pública expor os seus hábitos estranhos.