No passado dia 23 de Abril, Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, estive na Biblioteca Municipal de Valongo a assistir a uma sessão com a antiga professora (aposentada tal como eu) Maria de Lourdes dos Anjos.
Esta colega, que é também escritora, falou para um auditório em que predominavam jovens alunos do terceiro ciclo de uma das escolas da cidade.
Quando entrei na sala, confesso que tive algum receio de que o evento viesse a correr menos bem, já que falar de livros e de escritos para os nossos alunos, nem sempre é tarefa fácil.
No entanto, a Lourdes é uma pessoa singular. Eu já sabia que os seus alunos (leccionou 34 anos, dos quais quase 25 em S. Pedro da Cova) a adoravam.
E quando começou a sessão entendi melhor porquê. Porque a Lurdes tem um tal poder de comunicação, uma tal capacidade de adequar o discurso aos seus destinatários, que os jovens ouvintes ficaram "agarrados" desde o primeiro minuto.
Escutaram as histórias e as mensagens da palestrante, com atenção e respeito, rindo e emocionando-se com as cambiantes que a autora ia colocando no ar. Desde o humor à lágrima ("nunca peço desculpa quando choro, porque procuro ser autêntica e não tenho vergonha de o ser", disse), desde o "recado" à confidência, durante uma hora e meia que decorreu sem que ninguèm desse conta, tudo a Maria de Lourdes fez chegar ao seu auditório.
Este foi mais um exemplo de que, para lá da habitual irrequietude das novas gerações, há "segredos " de comunicação que nem todos dominam mas que são a chave que pode abrir a porta da educação, da aprendizagem e da cultura, a que alguns, inicialmente, resistem.
1 comentário:
António
Um exemplo de tal forma positivo que nos ajuda a pensar que é possível haver um caminho.
Pena é que a Escola como Instituição na maior parte das vezes se demita das suas responsabilidades.
Abraço
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