terça-feira, setembro 09, 2008

Os ladrões de lágrima no olho

Perante a onda de assaltos às bombas de abastecimento de combustíveis, o Presidente da ANAREC, fez, à saída de uma reunião com o Secretário de Estado José Magalhães, um patético e enternecedor discurso dirigido aos bandidos.
Disso algo como.
-Não roubem nas bombas de gasolina, porque não vale a pena. Há lá sempre pouco dinheiro.
Se calhar deixou subentendido que é bem melhor roubar caixas de Multibanco ou carrinhas de transporte de valores, onde há sempre mais "nota".
Mas o dirigente não se ficou por aqui.
Contiuou a falar ao coração dos criminosos. Com frases do tipo:
-Não roubem os abastecedores porque, dessa maneira, estão a pôr em causa postos de trabalho de quem quer trabalhar.
E ainda:
-Pensem bem e deixem de roubar. Dediquem-se antes a trabalhar.
Perante estes comoventes apelos (o próprio José Magalhães, aconselhou várias vezes os gatunos a deixarem a vida da roubalheira porque, afinal, "o crime não compensa") estou mesmo a ver os empedernidos assaltantes, aqueles que costumam usar armas sem cerimónia e que de capuz ou sem ele, entram em qualquer lado dispostos a levar consigo o máximo valor a que podem ter acesso, de lágrima no olho. A deitarem fora armas e munições, soluçando um profundo e amrgo arrependimento.
E, então, tocados por tão emocionantes palavras, porão de lado caçadeiras, bazucas, pistolões e correrão aos Centros de Emprego, seriamente decididos a defender os postos de trabalho dos honestos cidadãos que eles passarão também a querer ser.
Há gente, com fácil acesso aos meios de comunicação, que nem dá conta do ridículo a que se expõe...

3 comentários:

Andreia disse...

LOL, se eles são ladrões com certeza que não vão fazer aquilo...

O QUATORZE disse...

Boa Tarde
Está deveras dificil encontrar solução, mas a sorte deles acaba, embora psicológicamente afecte muitos inocentes
Amizade
LUIS

João Vicente Lavieri disse...

Aqui, no Brasil, também há inúmeros políticos e ocupantes de cargos públicos que são pródigos em fazer declarações ridículas à imprensa, que nos levariam aos risos, se não soubéssemos a importância dos cargos que eles ocupam e as responsabilidades que têm.
Infelizmente, esse parece ser um mal universal.
João Vicente