Há dias, cerca de meia centena de jornalistas e figuras da vida política e intelectual, pode visitar a Cartuxa de Évora, onde vivem doze monges, em reclusão total e quase em silêncio.
Esse acontecimento, foi considerado como excepcional, já que aqueles religiosos não querem ver perturbado o seu recolhimento.
No entanto, esta notícia, que apenas me despertou, inicialmente, uma breve curiosidade trazia, em nota marginal, um aspecto que me fez tocar campainhas de alarme.
É que, ao chegar à porta do convento, e de acordo com a reportagem, "o grupo foi obrigado a uma pequena cisão, já que os elementos femininos teriam de ficar à porta"." Se a entrada de um leigo na Cartuxa é já por si uma acto extraordinário, seria um colosso uma mulher franquear aqueles portões".
Assim mesmo.
Se o facto de uma comunidade se afastar do mundo é, no meu ponto de vista, um acto que denota algum egoísmo (pois, no fundo, é uma fuga à realidade que, a ser generalizada traria a paralisia da sociedade) a marginalização liminar e sem remissão, das mulheres, é algo que me surpreende ter sido tão placidamente acatada.
Pessoas, como António Barreto, Bagão Félix ou José Manuel Fernandes, tantas vezes a erguerem vozes pela igualdade de direitos das mulheres, aceitaram de bom grado que as suas companheiras de viagem ficassem à porta, em nome de uma visão doutrinária que ainda as considera como "tentações pecaminosas".
Sinceramente, há coisas que não entendo
Ou entendo, mas não aceito.
1 comentário:
Concordo contigo!
Que estupidez!!
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