Na semana passada, surgiu a notícia de um suposto "ajuste de contas" do treinador José Mourinho, com um jovem de 12 anos, aluno do Colégio St. Peter´s School, de Palmela, que a sua filha também frequenta.
A que parece, o miúdo teria feito alguns comentários sobre o pai da miúda e sobre a própria colega, de que esta não gostou. Segundo o "24 horas", teria dito algo como "O teu pai tem o rabo mais bonito do que o teu, que és muito feia".
Vai daí,a menina fez queixa ao pai que abordou o rapaz, de modo mais ou menos agressivo (as versões, como sempre, divergem), e exigiu-lhe o número de telefone dos pais.
Depois, acabou por pedir desculpas ao colégio e aos pais do miúdo, já que a própria direcção da escola, considerou que Mourinho se tinha excedido.
De notar que este é um colégio particular, evidentemente selectivo (se não o "special one" não teria lá os dois filhos). Por isso, o aluno em causa, não se presume que seja um "bardino" qualquer, a viver numa família marginal.
Este episódio merece alguma reflexão.
De facto, quem exerce a sua actividade numa escola, tal como o fiz durante quase mais de três décadas, sabe que, no dia a dia, se amontoam estes casos de "bocas" e graçolas.Que têm, no fundo, na maior parte dos casos, uma gravidade muito relativa e devem ser dirimidos entre os próprios alunos ou, se necessário, com a intervenção do pessoal da própria escola.
No entanto, com frequência, alguns alunos, acabam por meter os encarregados de educação "ao barulho", muitas vezes com consequências desastrosas.
Neste caso, o envolvimento de uma figura pública com a visibilidade social do treinador, torna o acto mais censurável.
Porque pode vir a servir de motivação para a multiplicação de atitudes de "ajuste de contas" do tipo "justiça popular" que, além de ser condenável, não é de todo educativo para os próprios alunos envolvidos.
PS - Já após ter escrito este texto, soube que Mourinho acabou por retirar os filhos desta escola particular.
Ou seja, depois de terem ido há dois anos, para uma escola inglesa, regressaram a Portugal e integraram-se numa nova escola (pelos vistos já a tinham anteriormente frequentado) de onde, passados cerca de dois meses, voltam a sair.
Será que isto não vai deixar marcas nas crianças?
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