Há muitos, muitos anos, pertencia eu à direcção de uma cooperativa cultural do Porto, quando recebemos um convite para assistirmos à representação de uma peça pelo TUCA - Teatro da Universidade Católica de S.Paulo.
Não sabíamos, ao certo o que era aquilo, mas lá fomos para o S.João, para vermos o espectáculo.
A nós, calhou-nos bilhete para a 2ª sessão.
À porta, esperando a vez de entrar, assistimos à saída do público da primeira sessão.
O Mestre António Pedro, um dos maiores nomes da nossa cultura, vinha com um olhar luminoso.E disse para um de nós, apenas:
-Que coisa bonita!
Passado pouco tempo, estávamos na sala, para assistirmos à encenação de um longo poema de João Cabral de Melo Neto: " Morte e Vida Severina".
O espectáculo começou, à boca de cena, com a dedicatória a um dos actores (todos eles estudantes) que tinha sido impedido de viajar para Portugal, pela ditadura militar que então imperava no Brasil.
Depois, foi o encantamento.
O cenário, quase inexistente, os figurinos lineares.
Mas o texto, narrando o drama dos povo nordestino desse grande país cheio de contrastes, era forte, dramático, intenso.
Grande parte, cantado.
Era impossível desviar por um segundo só a atenção do que se passava no palco.
No final, a ovação, irrompeu, poderosa, com toda a gente de pé, lágrimas, nos olhos. Durou, mais de quinze minutos.
Foi, seguramente, o espectáculo que mais senti em toda a minha vida.
No fim, de tudo, houve um colega que conseguiu ir aos bastidores e veio de lá com um pequeno disco (nessa altura de vinil), com as músicas principais da peça, autografado pelo respectivo autor.
O compositor era, ao tempo, ele também, um jovem estudante de Arquitectura de uma Universidade de S. Paulo.
Chamava-se Francisco Buarque de Hollanda, e nenhum de nós alguma vez tinha ouvido falar dele.
Mas haveríamos de ouvir falar muitas vezes dele, pela vida fora.
Dele, do Chico, das canções que ficarão para a história da música.
Não sei se esse colega ainda conserva o precioso vinil.
Se ainda o tem, vale ouro, certamente.
Não sabíamos, ao certo o que era aquilo, mas lá fomos para o S.João, para vermos o espectáculo.
A nós, calhou-nos bilhete para a 2ª sessão.
À porta, esperando a vez de entrar, assistimos à saída do público da primeira sessão.
O Mestre António Pedro, um dos maiores nomes da nossa cultura, vinha com um olhar luminoso.E disse para um de nós, apenas:
-Que coisa bonita!
Passado pouco tempo, estávamos na sala, para assistirmos à encenação de um longo poema de João Cabral de Melo Neto: " Morte e Vida Severina".
O espectáculo começou, à boca de cena, com a dedicatória a um dos actores (todos eles estudantes) que tinha sido impedido de viajar para Portugal, pela ditadura militar que então imperava no Brasil.
Depois, foi o encantamento.
O cenário, quase inexistente, os figurinos lineares.
Mas o texto, narrando o drama dos povo nordestino desse grande país cheio de contrastes, era forte, dramático, intenso.
Grande parte, cantado.
Era impossível desviar por um segundo só a atenção do que se passava no palco.
No final, a ovação, irrompeu, poderosa, com toda a gente de pé, lágrimas, nos olhos. Durou, mais de quinze minutos.
Foi, seguramente, o espectáculo que mais senti em toda a minha vida.
No fim, de tudo, houve um colega que conseguiu ir aos bastidores e veio de lá com um pequeno disco (nessa altura de vinil), com as músicas principais da peça, autografado pelo respectivo autor.
O compositor era, ao tempo, ele também, um jovem estudante de Arquitectura de uma Universidade de S. Paulo.
Chamava-se Francisco Buarque de Hollanda, e nenhum de nós alguma vez tinha ouvido falar dele.
Mas haveríamos de ouvir falar muitas vezes dele, pela vida fora.
Dele, do Chico, das canções que ficarão para a história da música.
Não sei se esse colega ainda conserva o precioso vinil.
Se ainda o tem, vale ouro, certamente.
para ouvir, clicar no triângulo do player
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