Numa pequena vila, algures, havia um grupo de teatro amador, constituído por esforçados e empenhados actores que, mesmo não tendo um especial talento para a arte de Talma, levavam muito a sério essa actividade.
Certa vez, prepararam a representação de um drama, cujo momento culminante acontecia quando a esposa, ia ler um bilhete do amante, no momento em que se sentia que o marido estava a chegar a casa.
Para impedir que o esposo a surpreendesse na perfídia da traição, a dama teria de queimar a carta, com uma vela que estava acesa na mesa da sala.
Mas, o fero consorte, segundo o texto, já sabia do que se passava e teria de dizer esta tirada:
- Cheira-me aaqui a papel queimado, sinal de traição e de desonra!
Mas, no dia da estreia, houve um lamentável contratempo. Talvez devido ao nervosismo natural da protagonista, no momento em que a adúltera ia queimar o bilhete, a vela apagou.
A actriz, ficou sem saber o que fazer, hesitou, mas, dos bastidores, chegou a solução, vinda do encenador. Se não podia queimar, então, que rasgasse o papel.
A actriz, assim fez.
Só que, ao entrar em cena, o actor que fazia o papel de marido atriçoado, vê a vela apagada e o papel nas mãos da "esposa", pensa, enche o peito de ar e profere, sonoramente:
- Cheira-me aqui a... papel rasgado...!
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