terça-feira, outubro 17, 2006

Uma voz insuspeita

"São os que dão a cara pela classe e que toda a gente, nomeadamente Pais e/ou Encarregados de Educação conhece.
Têm assento em salas/gabinetes, normalmente sem quaisquer condições de trabalho e, mesmo, em localidades bem longínquas da sua residência, originando, por vezes, dramas familiares.
Ahhh... são os que leccionam, a grande maioria realizando um ensino dedicado, eficaz, inovador e empenhado.
Mas também pensam em estratégias para minimizar o insucesso escolar, preparam e planificam aulas, e elaboram exercícios e testes, e planos de recuperação, e também fichas de actividades para as aulas de apoio e de substituição, em horário pós-laboral.
Desempenham ainda múltiplas funções, inerentes a outros parceiros profissionais, tornam-se psicólogos, sociólogos, assistentes sociais, pedagogos, burocratas, bibliotecários, técnicos de informática, contabilistas, enfermeiros ou até mesmo,substitutos de Pais e/ou Encarregados de Educação, quantas vezes ausentes.
Mas face à legislação em vigor (ou falta dela), estão votados diariamente. a ser tratados sem a mínima consideração e o respeito que merecem, sendo por isso humilhados, menosprezados, desrespeitados, culpabilizados, achincalhados, denegridos, desvalorizados, desautorizados, insultados e até..."pontual e isoladamente(!) agredidos fisicamente.
E por mais esforço que façam, infelizmente não se conseguem transfigurar em alquimistas, no intuito de transformar "estudantes" que não querem estudar (...nem tão pouco frequentar a escola) em Imperativos, sendo por isso rotulados de "incompetentes"."
Este excerto, transcrito "tal e qual" de um texto mais longo,publicado numa folha informativa, não é, contra o que se poderia supor, escrito por um professor ou um sindicalista.
É, antes, assinado pelo Presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação de uma Escola E.B. 2.3, que tem acompanhado, ao longo do seu mandato, de modo atento e interveneiente, a vida do estabelecimento onde tem os filhos a estudar.
Por isso mesmo, pode constituir um documento bastante insuspeito, sobre o que é a verdadeira realidade das escolas.
Só mais um pormenor: o autor do depoimento, confessa-se em completo desacordo com a ideia de os Encarregados de Educaçaõ intervirem no processo de avaliação dos docentes.

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