terça-feira, julho 12, 2005

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Ouvi ontem a notícia que referia o internamento, em estado muito grave, de um bombeiro, queimado quando combatia um incêndio florestal, dos muitos que grassam por aí.
Nestes momentos, será um lugar comum falar-se no heroísmo destes homens e destas mulheres (já se vêem muitas a lutar bravamente contra as chamas). Nestas épocas do ano, enaltece-se o espírito de sacrifício destes cidadãos, na quase totalidade voluntários, que arriscam a vida, que andam por montes e vales, até tombarem exaustos, apenas pela recompensa de se sentiram úteis, de ajudaram a proteger vidas e haveres.
Mas, passada esta época, tudo volta ao princípio.
É quase criminosa a incúria das autoridades no que se refere ao modo, podemos dizer, selvagem como se permite que os terrenos se encham de mato seco, de material lenhoso altamente combustível. Como fica impune a incúria dos proprietários desses terrenos, que ninguém obriga às imprescindíveis limpezas periódicas.
Estaremos è espera de tragédias de ainda maiores dimensões para acordarmos para a realidade?
Condena-se (como é óbvio e justo) o terrorismo que destrói, com bombas, vidas inocentes.
Mas não serão estes incêndios florestais, também formas de terorismo? Porque, pelo desleixo ou pela premeditação (ou tudo isso junto), criam estados de terror e de desespero, fazem perder haveres e atentam contra a vida de seres humanos e de outros seres vivos.
Quando as catástrofes acontecem, chamam-se os bombeiros e espera-se que eles façam milagres. Quando algum morre, fazem-se umas cerimónias comoventes, com ministros a assistir, de gravata preta. Mas, depois, mais nada. As famílias ficam, quantas vezes desprotegidas, esquecidas, revoltadas.
Aqui, como em muitos outros sectores da vida, só poderemos desejar que se acabem as palavras de circunstância e que se passa aos actos consequentes e perduráveis.
De qualquer modo, aqui fica uma palavra de admiração pelos(as) heróicos(as) Bombeiros(as) de Portugal!

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