quinta-feira, fevereiro 10, 2005

HOJE, APENAS BREL !...

Hoje, confesso-me um pouco cansado do que vejo à minha volta.
Hoje não me apetece falar de política. Não me apetece rir. Contar anedotas.
Não tenho vontade de brincar seja lá com o que for.
Por isso refugio-me no meu Brel.
Para mim, o maior cantor de sempre. O único.
Enquanto escrevo, ouço. "Le plat pays" onde nasceu.
Ou uma das mais belas canções de amor de sempre.



Je t´offrirai
des perles de pluie
venues de pays où il ne pleut pas.
Je creuserai la terre
jusqu´après ma mort
pour couvrir ton corps
d´ombre et de lumière.
Je ferai un domaine
où l´amour sera roi
où l´amour sera loi
e tu seras reine.
Ne me quitte pas
ne me quitte pas
ne me quitte pas.

Ou a espantosa força que vem de "Amsterdam" em que canta os marinheiros que bebem à saúde das putas do porto da cidade ("ils pissent comme je pleure ").
Além de tudo mais, Brel foi alguém que nunca se vergou a poderes estabelecidos para fazer a sua carreira.
Até, na morte, (ocorrida aos 49 anos), foi de uma dignidade espantosa.
Retirou-se para uma pequena ilha e deixou-nos.
Com uma obra por completar.
Mas o que ficou já é enorme.
Os mais novos, talvez nunca o tenham encontrado. Porque pouco se fala deste belga genial, francês de coração.
Não se comemora o seu aniversário de nascimento ou de morte.
Não interessa.
Qualquer dia é bom para se descobrir Brel.
Para se comemorar Brel.
Por que não hoje?



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