sexta-feira, janeiro 07, 2005

VIVA A DANÇA DAS CADEIRAS!

A escolha dos cabeças de listas para as eleições é uma dança com contornos quase hilariantes.
Vai-se para aqui ou para ali, consoante a conveniência e não, como qualquer ingénuo EP (extra- politiqueiro) poderia imaginar, de acordo com os interesses das populações do respectivo distrito.Ou seja, eu vou concorrer por esta região, não porque a conheço e as pessoas me conhecem, mas porque o partido acha que é ali que há vaga ou que ali é necessária uma figura "de mais peso", para ganhar mais uns votitos. Mesmo que se saiba que, mais tarde, se eleito,o deputado se vai estar nas tintas para a representação desses mesmos eleitores ou que não chegue mesmo a tomar posse como deputado.
Seguem-se alguns (poucos) exemplos repescados dos jornais.
José Raul dos Santos, que é alentejano e apareceu nos jornais como Presidente da Câmara de Ourique, vai pelo Porto. Saberá ele onde fica o Bairro do Lagarteiro ?
António José Seguro é de Penamacor mas candidata-se por Braga.Será que sabe onde fica o Vítor e o que por aí se come ?
Rosário Águas é de Coimbra mas aparece por Vila Real. Mas será que sabe onde fica o Pioledo ou se lhe falarem na Meia-Laranja cuidará que lhe estão a dizer que há por lá um citrino que foi cortado em duas partes?
E o Miguel Frasquilho que é de Setúbal e vai pela Guarda.?
Ou Manuel Pinho, que foi falado para Setúbal ou Faro, mas como Cravinho foi colocado em Faro, só tinha vaga ... em Aveiro.
Isto já sem falar em Meneses, que era Presidente de Gaia, sempre andou pelo Porto e arredores e agora aparece a concorrer por Braga para lutar com o Seguro, mesmo depois de ter dito que continuaria em Gaia, depois de ter dito que não continuaria em Gaia, depois de ter sugerido que queria ser Presidente da Cãmara do Porto, depois de ter dito que abandonava a política, depois de ter dito o que já não me lembra e ele também não.
Bom, pelos vistos, dizem os estudiosos destas coisas que as pessoas votam nos partidos ou nos candidatos a primeiro ministro e não nos cabeças de lista e muito menos ainda nos outros candidatos. Ou isto acontece porque tudo à sua volta está preparado para que assim seja?
Se for assim, interessa pouco quem vai para as listas de candidatos. Qualquer dia até lá podem pôr o "Animal" (que é uma figura mediática) fazendo campanha a espreitar atrás dos outros litigantes...
É por essas e por outras que acho que era mais limpo e honesto haver, para cada partido, uma lista nacional de onde sairiam os deputados, de acordo com a votação global a nível do país.
De qualquer modo, com o sistema actual é, mais ou menos o que acaba por acontecer, até porque os engenheiros eleitorais fazem as suas contas e já sabem, mais ponto menos vírgula quem vai ser e não ver ser deputado.

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