Recebi, de uma amiga, o texto de uma longa entrevista com o médico Miguel Srougi, 60 anos, considerado como o maior especialista em cirurgia da próstata, pós-graduado pela Harvard Medical School, em Boston, nos Estados Unidos.Tem 35 anos de carreira, lecciona na Faculdade de Medicina e, para além de ser um grande cirurgião mostra uma enorme capacidade de entender o que significa a doença para os pacientes que trata.
Porque há muitos médicos que, mesmo sendo tecnicamente muito dotados, não conseguem relacionar-se com o doente de modo a motivá-lo para lutar pela recuperação da saúde.
Da extensa entrevista, transcrevo uma passagem que a qualquer um de nós motivará uma reflexão bem necessária sobre a nossa existência:
"Nós não queremos morrer. Primeiro, pela incerteza do porvir. segundo, porque a morte implica extinção e o ser humano não aceita a aniquilação. A nossa cabeça nasceu para ser imortal.A morte está relacionada com dor, sofrimento, à decadência física,à desfiguração, à perda do papel social, desamparo da família, perdas dos prazeres materiais, da independência. Mas a causa verdadeira é o nosso horror de nos separar das pessoas que amamos. Bem material não deixa ninguém feliz. Há tanta gente rica se suicidando, tomando droga para sair da realidade. Os médicos não compreendem isso. Se as pessoas têm medo de se afastar das pessoas do seu entorno, você precisa tratar o entorno também. Não é o médico que apoia o doente nas fases difíceis - é a família. Eles reagem raivosamente contra a família, querem afastá-la do processo, sem perceber que um doente só vai ter paz, tendo a morte pela frente ou não, se a família estiver ao lado."
1 comentário:
A mim assusta-me um bocado...
Enviar um comentário