Era uma vez uma boneca. De barro, nascida no Alentejo, com olhos pestanudos e não muito delicada na cintura. A Maria.
Era uma vez um mexicano, também cerâmico, sorna, sempre a dormitar debaixo do sombrero. O Pancho.
Viviam ambos, cada qual no seu canto, na cozinha de um senhor chamado Peciscas.
Mas, certa noite, depois do senhor daquela casa apagar a luz e ir para a cama, o Pancho abriu um dos olhos e deu com a Maria, pestanuda e langorosa.
Puxou, então, da guitarra, e cantou-lhe uma dolente canção de amor.
A Maria, enfeitiçou-se com a voz sedutora do Paco.
De manhã, quando o senhor Peciscas chegou à cozinha, tinha uma surpresa emocionante à sua espera:
E, como remate deste encontro feliz, o senhor Peciscas está já a tratar de abrir uma loja de artesanato, para mostrar todos os bonequinhos e bonequinhas que virão, não tarda nada, deste casal cujo amor ultrapassou idiomas e fronteiras.
(continua)
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