Acabo de saber, num blog por onde passei, que morreu o ex- dirigente do PCP Edgar Correia.
Fiquei como se desabasse sobre mim um bloco com toneladas de peso.
Conheci o Edgar no Liceu de Vila Real, mas só viria a fazer amizade com ele, na Faculdade de Ciências do Porto, onde, muito jovem, era já um dos principais dirigentes do movimento associativo estudantil. Participámos em muitas lutas, nesses tempos difíceis.
Já aí o Edgar se distinguia pela inteligência, pela cultura, pela coerência, quase implacável dos seus princípios.
Homem de uma honestidade invulgar, haveria de ingressar na militância política clandestina,muito cedo, parecendo sempre seguir um caminho de uma certa ortodoxia.
A vida afastou-nos de um convívio mais estreito, mas fui acompanhando, de longe, o seu percurso político.
Ele, que tinha tudo para ter uma vida confortável e uma carreira profissional de sucesso ( era oriundo de uma família de classe média alta) de tudo abdicou, para seguir um caminho que só lhe traria riscos físicos, desconforto.
Mas era, repito, um homem de princípios.
Quando começou a entrar em rota de colisão com a direcção do PCP, a princípio fiquei algo surpreendido. Mas logo compreendi que a forte honestidade intlectual do Edgar, só o poderia conduzir a essa atitude.
Foi profundamente maltratado por essa direcção, que continua cega para determinadas realidades, sem pensar que se os tempos são compostos de mudança, os partidos não podem estagnar.
Hoje, ao fim deste dia cinzento, recebo uma notícia que me mordeu como um soco. Mesmo já não tendo contacto directo com ele há bastantes anos.
É sempre terrível ver partir uma amigo que foi uma referência numa parte importante da nossa vida.
O Edgar, vai fazer muita falta!
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