Há dias falava aqui sobre a minha dificuldade em me desfazer de algumas tralhas que tenho em casa.
A propósito desse texto, foram-me deixados alguns comentários que sugeriam possíveis destinatários desses materiais, que a eles não podendo aceder por razões económicas, os utilizariam, ainda de modo proveitoso.
Devo dizer que é uma prática a que muitas vezes recorro.
Ou seja, quando sei que tenho algo de que já não preciso e que ainda está em condições de servir a outros, encaminho-o para que não acabe no lixo.
Por exemplo para a associação Emaús que tem um armazém aqui bem próximo.Roupas, mobílias, electrodomésticos, telvisores, já lá deixei bastantes artigos. Eles próprios, quando os objectos são de maior porte, vêm a casa recolher.Por exemplo, quando a minha mãe faleceu, a maior parte do recheio da casa, foi doada a esta instituição.
Por outro lado, no que se refere a artigos de vestuário, já há por aqui perto, contentores, instalados pela autarquia, onde se podem deixar as peças que já não vestimos.
Mas, em tudo isto, há uma condição que eu procuro seguir. Só encaminho o que ainda está em relativo bom estado. Roupa que não está rota. Televisores que ainda funcionam. Mobílias que não estão escavacadas.
Quando se trata de um "mono" já sem serventia, então, chamo os serviços da Cãmara que os recolhem, ou, então, no caso de ter comprado algo novo, peço aos vendedores que levem a peça avariada (são obrigados por lei a fazerem essa remoção).
É que, mesmo quem precisa da nossa solidariedade, tem uma dignidade humana a preservar. Dar-lhes algo que já está significativmente degradado, é, a meu ver, atentar contra essa dignidade.
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