Desde há três anos que o meu Setembro é diferente.
Antes disso,e num passado mais ou menos recente, quando acabavam as férias de Agosto e era tempo de começar mais um ano de trabalho lectivo, chegava a altura de levar a cabo as tarefas preparatórias de uma nova etapa profissional.
Limpar e arrumar a pasta, que tinha ficado num canto do escritório, carregada de papelada e de saturação.
Preparar as capas das cadernetas das novas turmas.
Seleccionar livros e outros materiais a utilizar.
Chegava, também, a costumada expectativa de conhecer novos colegas de trabalho e, sobretudo, novos alunos.
Como seriam? Como iria relacionar-me com eles? Que dificuldades me iriam colocar?
Nessa altura, sentia sempre que um outro ciclo se iniciava.
Depois de me ter aposentado e, mais do que isso, de ter saído tão descontente e magoado daquela que foi a minha profissão sempre desejada, o meu Setembro já não tem esses ingredientes que o condimentavam.
Mas, querem saber?
Não sinto falta desses Setembros.
Hoje, quando passei à porta de algumas das escolas da zona e vi os parques de estacionamento cheios de carros de colegas que já iniciaram o trabalho, senti-me ...aliviado.
Sem saudades dquela adrenalina de outros Setembros.
Não deveria ser assim.
Nunca esperei que fosse assim.
Mas é o que (ainda) sinto.
Para já.
Será que um dia as saudades virão mesmo?
Sem comentários:
Enviar um comentário