Foi-me enviado pela amiga Addiragram , já há dias, mas , por qualquer motivo, tinha-se extraviado.
E esta amiga fala, no seu depoimento, de uma canção, com letra do Vinicius ( o inesquecível Poetinha) que recordo desde a minha adolescência.
Vale a pena ler:
Felicidade, esse substantivo abstracto, contém nele a sua impossibilidade, pois remete, quase de imediato, para a ideia de um estado que, por sua vez, se pressupõe, como permanente. Nestas condições felicidade é utopia e as utopias são perigosamente malévolas. Horizonte que se situa no infinito, adquire no terreno “concreto” da vida as formas mais ilusórias e mais perniciosas também - bem-estar material, sucesso, sociedade sem classes, saúde permanente, paraísos terrestres…Assim, procura-se descobrir a fórmula mágica que traga, de uma vez por todas, esse “estado de graça”. “A felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor, brilha tranquila depois de leve oscila e cai como uma lágrima de amor”…é a “definição” que mais se aproxima do sentido que procuro dar vida. São os poetas como Vinicius que melhor tocam a beleza e transitoriedade desses instantes. Olho-a, sobretudo, como uma sintonia (sempre imperfeita, porque inacabada…) entre as “presenças” benfazejas que habitam
o nosso interior e momentos de encontro intimo e partilhado que a vida nos proporciona. Assim “Ela” expande-se da vida amorosa à vida familiar, à relação com amigos, a momentos de partilha e criatividade na vida profissional, etc. Essa gota de orvalho na pétala de flor dificilmente é possível, a meu ver, numa relação solitária. Ela implica partilha, intimidade e respeito pela diferença. O paradigma de felicidade é, em primeira instância a relação de encontro bem sucedida entre mãe e bebé em que por momentos dois se tornam um. Preseguimo-la toda a nossa vida, em níveis diferentes de relações. O nosso Eu mais íntimo, mais secreto, mais antigo, sabe sempre ler esses momentos verdadeiros. Eles contêm em si mesmos a vida. Cá for a, no exterior, encontram-se também algumas condições que se harmonizam com o sentir, mas que nunca serão o sentir.
Não poderei deixar de acrescentar que, não vivendo alienados do que nos rodeia, muito dificilmente poderemos viver esses momentos possíveis quando ao nosso lado estão pessoas em estado de grande sofrimento. Aí a felicidade poderá ser tentar aliviar essa dor.
o nosso interior e momentos de encontro intimo e partilhado que a vida nos proporciona. Assim “Ela” expande-se da vida amorosa à vida familiar, à relação com amigos, a momentos de partilha e criatividade na vida profissional, etc. Essa gota de orvalho na pétala de flor dificilmente é possível, a meu ver, numa relação solitária. Ela implica partilha, intimidade e respeito pela diferença. O paradigma de felicidade é, em primeira instância a relação de encontro bem sucedida entre mãe e bebé em que por momentos dois se tornam um. Preseguimo-la toda a nossa vida, em níveis diferentes de relações. O nosso Eu mais íntimo, mais secreto, mais antigo, sabe sempre ler esses momentos verdadeiros. Eles contêm em si mesmos a vida. Cá for a, no exterior, encontram-se também algumas condições que se harmonizam com o sentir, mas que nunca serão o sentir.
Não poderei deixar de acrescentar que, não vivendo alienados do que nos rodeia, muito dificilmente poderemos viver esses momentos possíveis quando ao nosso lado estão pessoas em estado de grande sofrimento. Aí a felicidade poderá ser tentar aliviar essa dor.
1 comentário:
=)
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