"25 de Abril" - pintura da artista plástica Fernanda Marinho
Ontem, deixei um comentário no espaço da Isabel Filipe. Com a amizade de sempre, a Isabel colocou esse texto no corpo do post.
Essas palavras sairam-me com toda a espontaneidade.
Ao relê-las hoje, não altero uma vírgula, pois traduzem os meus sentimentos acerca desta data. Que foram, aliás, confirmados, à noite, quando vi na RTP, os "Cantores de Abril":
"O meu 25, também foi, Isabel,
a 26. Eu estava em Timor, muito longe dos cravos.
Mas foi com uma emoção indizível que soube que a "liberdade estava a passar por aqui" (para utilizar as palavras do Sérgio Godinho).
Mas também vivi esses momentos, com alguma sensação de frustração. Pois desde muito jovem acordei para a luta contra um regime caduco e opressor. Embora muito modestamente (houve muita outra gente que sacrificou a sua liberdade e mesmo a sua vida)contribui, de algum modo, para que esse regime se desmoronasse. E então, estar tão longe desse sonho tantos anos adiado, e de cuja concretização já descria, não deixou de me causar um sentimento de perda. De algo que eu sabia ser histórico e irrepetível.
Hoje, passados tantos anos, é com algum desânimo que vejo o Abril que ainda está por cumprir.
E é com mágoa que vejo, tantos companheiros e companheiras, que, comigo, lutaram para que Abril viesse, terem , de certa maneira, traído esses ideais que foram a nossa bandeira, para viverem hoje acomodados, muitos deles usufruindo as benesses de uma carreira política que os recompensou de alguns sacrifícios de outros tempos.
Resta-me a mim, o singelo e insignificante orgulho de não ter abandonado esses ideais, de me ter mantido coerente, de não me ter vendido "por um prato de lentilhas"."
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1 comentário:
Eu ainda não tinha nascido, mas dou valor!
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