Um cidadão, com aspecto humilde e ar um tanto transtornado, há tempos, barricou-se numa casa e apontou uma arma à polícia.
Acabou detido e agora presente a julgamento. Como deve ser, obviamente.
Mas, o que me chamou a atenção, na reportagem televisiva que hoje vi, a referir-se ao caso, foi a declaração do advogado (oficioso, saliente-se) do arguido. As declarações do causídico mais pareciam ser de acusação, do que o contrário.
Assim, o defensor, dizia que o seu "cliente" deveria ser condenado de modo exemplar, que havia provas suficientes para a sua condenação e que aconselhava o arguido a confessar tudo o que tinha feito.
E dei por mim a pensar no que aconteceria, se o presumível criminoso fosse alguém com meios materiais suficientes para contratar um daqueles advogados que se fazem pagar muito bem e que são especialistas em estratagemas jurídicos que acabam por fazer prescrever ou esbater decisivamente condenações que, à primeira vista, parecem mais do que evidentes.
Mas, neste caso, como o homem não tem dinheiro, apenas tem direito a um advogado oficioso, que parece estar a contribuir para ainda o "enterrar" mais.
Ou seja, continua a haver justiça de primeira, de segunda, de terceira e por aí fora.
Nesse aspecto, o truculento Bastonário da Ordem dos Advogados, com o qual muitas vezes discordo, parece ter mesmo razão.
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